House poems

Este blog é só para quem gosta de escrever. Publicarei todos os originais enviados.

domingo, junho 25, 2006

Secrets

Como te alimentas de segredos...
Com laivos de vingança incontida...
Provocando esse teu sorriso, talvez irónico...
Que fere quem te olha de soslaio...

Essa mão que estendes...por vezes trémula
Não de ajuda...mas apenas de desejo...
Para alcançar certas vitórias...tão inócuas
Mas que te são tão importantes...

Vive... se é assim que queres viver...
Mas morre para quem não te quer...
Ambiguidade... É coma sentimental...
Dualidade... É morte poética...

JR- Fev-2006

Escrevo na água

Escrevo na água sem nenhuma intenção aparente...
Apenas eu, vejo o que escrevo, apenas...
Escrevo na água sem nenhuma intenção aparente...
De forma indelével ou traço forte...
Escrevo na água sem nenhuma intenção aparente...
Para não leres o que sinto...
Escrevo na água sem nenhuma intenção aparente...
Sem cores e sem mácula...
Escrevo na água sem nenhuma intenção aparente...
Sem som e sem mágoa...
Escrevo na água sem nenhuma intenção aparente...
Sem tinta nem papel...
Escrevo na água sem nenhuma intenção aparente...
Nem literatura de cordel...
Escrevo na água sem nenhuma intenção aparente...
Por ser mais fácil apagar...
Escrevo na água sem nenhuma intenção aparente...

JR - Janeiro/2006

quinta-feira, junho 01, 2006

Folhas

Folhas

A folha que dança no ar
que vem cair aos teus pés
que canta ao teu pisar
e não sabe quem tu és

A folha que acorda no chão
e procura companhia
a folha que já foi verde
e alegrou o teu dia

A folha que panhaste
e colaste num papel
é uma folha de Outono
que pode ter tantas cores
como as cores do teu pincel

Renata - 8 anos

01/06/06

sexta-feira, maio 26, 2006

Homem e Mulher...

Homem e Mulher…

Um homem não observa cuidadosamente…apenas olha,

Uma mulher além de olhar, vê… espreita e tira conclusões..

O homem não conversa, fala…por falar muitas vezes!

A mulher não gosta que nada fique por dizer…

Um homem não sente certas coisas que uma mulher não diz com a voz,

mas expressa com o olhar…

O homem não ama em toda a sua plenitude…pode ficar louco de desejo, pode-se apaixonar muito, querer viver intensamente cada momento, procurar desesperadamente por aquela mulher que o deixa fora do seu controle, sentir um ciúme doentio, pode ter saudades de a amar, pode até sofrer e querer consertar algo errado, mas…mal que a volta a ter nos seus braços, tudo fica bem…e é como se outro dia nascesse e fizesse esquecer tudo o que ficou para trás…e nada mais importe!

Uma mulher ama com todo o seu ser….sofre, pensa, vive, deseja, guarda, sente…cada traço, cada gesto, cada aconchego, cada suspiro, cada silêncio, cada murmúrio, cada loucura, cada amanhecer e cada cair de noite com um simples recordar…

Um homem por norma não resiste à tentação de dizer não a algo que não lhe faz falta.

A Mulher, alem de conseguir resistir, defende-se...mesmo que isso implique o seu mais profundo desejo!

O homem orgulhoso fere até À exaustão, pode até ser cruel, mesquinho, mas não sabe enganar…

A mulher orgulhosa guarda cada má atitude e cresce com elas, quando magoa é para valer, e sabe como disfarçar as suas vontades,

mas não consegue esconder os seus sonhos!

O homem chora, acredito que sim, ainda que nem todos…

A mulher não sabe viver sem expressar um sorriso, um choro, uma emoção por mais pequena que ela seja..até quando vê

aquele filme no cinema que a faz entrar na tela por breves momentos de fantasia.

O homem sem a mulher não sabia viver…não completava!

E a mulher sem o homem jamais conseguia viver... plenamente feliz!

24/05/06 MJ




terça-feira, abril 04, 2006

DOR

Dor

Dor...

Palavra pequena...

mas estonteante...

Palavra que atormenta

a alma...

o coração...

o ser...

Um vazio de sensações

Um misto de querer

Um turbilhão de não sei quê!

A dor...

Palavra angustiante

que revela o que vai cá dentro...

Uma dor infinita...

que corta...

aperta...

dilacera...

É mordaz... a dor!

Não tem dó!

Não tem tamanho!

É imensa... a dor!

Faz-me pensar se algum dia...

quem sabe...

o antídoto vai chegar!

É que ela... a dor

é desconcertante,

é traiçoeira...

Em cada esquina...

em cada canto...

atrás da cortina...

lá está ela... a dor!

Mas vejo ao fundo...

vejo a luz...

não alcanço...

não pressinto...

apenas sei que ela...

... a dor...

... impera.

Como dói!

Como é grande!

Como é fria, cruel, amarga!

Estonteante, desconcertante,

amarga... a dor!

Mas um dia...

... preserverante...

... a dor vai passar...

a tristeza sai...

e a dor... a dor...

dá lugar...

ao alento...

ao calor de um sentimento bom...

reconfortante...

confiante...

e ela... a dor

não vai ser mais

que uma mera lembrança!!

Maggie

05.06.11

À AMIZADE

À Amizade

A amizade é um sentimento

bonito e completo...

Não é amor,

não é ódio,

é um sentimento bonito,

uma confiança que se cria,

uma relação que nasce,

uma crença que alguém

nalgum sítio ao teu redor,

nalgum momento está contigo

em todos os momentos te ajuda

em cada momento acredita em ti

e sempre, sempre

ouve o que tens a dizer.

Ser amigo é ser irmão,

ser amigo é ser companheiro

é saber falar!

Mas acima de tudo,

ser amigo é saber ouvir;

Ser amigo é estar...

Maggie

99.04.19

segunda-feira, abril 03, 2006

Gostava simplesmente de fechar os olhos e ser tudo o que te faz feliz...

Gostava....

Gostava de poder dar-te tudo....

O que sonhas...


A tua paz....

E o impossível também...

Gostava simplesmente de ser a tua imagem, o teu espelho,
mas a minha imagem aparece destorcida e não consigo fazer nada para a focar....

Gostava simplesmente de te deixar dormir ao meu colo para que estivesses
seguro...

Gostava....
Gostava de não fazer barulho na tua vida, para que dormíssemos os dois um só
sono para sempre.





Cristina P.Pais
03-04-2006

sábado, abril 01, 2006

RETRATOS

Será que conheço outra dama

Que não seja a luta e a conquista?

Será que me viciei

E doutra forma não sei viver?

Os saques que trago da guerra

Já são de pouco valor!

Antigamente, sim!

A juventude dava-me a garra e a audácia

Para Ser e ousar Ter!

Mas hoje, desencantado,

Escondo a Sabedoria

E mostro a resignação e o conformismo,

Sustentado apenas por um pouco de força anímica!

Cavaleiro Andante, amante da paz, não te compreendo!

Propositadamente instalas a dúvida para que te perpetues nas mentes e nos corações!

Será essa a tua forma de Amar?

Estrategicamente desenvolves as tuas batalhas com objectivos precisos, mas também o adversário te estuda ao pormenor. Se um é mais hábil no xadrez, o outro é-o com as cartas e o equilíbrio mantêm-se!

A transparência é a minha bandeira! O Sol a bordou, o Leão a ornamenta e o ar quente do Fogo a faz esvoaçar!

A tua é opaca mas leve, pois o Ar é o seu maior elemento. Imperceptível tudo preenche. Por isso foi bordada pelo Mundo e o Colectivo a ornamenta. Mas o teu gosto pelos enigmas e a tua perspicácia para a intriga criaram as brumas e o nevoeiro sempre atraiu pelo mistério mas afastou pelo medo do desconhecido!

Único filho renegaste a tua herança e partiste, imbuído de um sentido de justiça e atestado de desapego, já que ao teu reino nada pedias nem querias acrescentar.

Partiste e foste deixando as tuas sementes espalhadas ao vento, vendo a forma como se reproduziam, com um tempo de rega bem seleccionado, esquecendo que os nossos frutos, apesar da carga genética, são únicos e desobedientes, como aliás és disso exemplo!

As tuas lutas passaram de guerras santas a cruzadas do bom combate.

A tua exigência e sensibilidade tornaram-se suaves e silenciosas, mas continuaram presentes.

As tuas cóleras ou amarguras convergem hoje para o reagrupar das energias disponíveis, para que os ideais a favor da colectividade não se extingam.

Interferes de uma forma silenciosa mas plena de humor, que provoca a dúvida, a indecisão e o medo em todos aqueles para quem crescer significa apenas o valor dos algarismos da conta bancária.

Eu nasci príncipe herdeiro de um reino em decadência e quando o quis agarrar, as ruínas eram tantas que decidi abandoná-lo aos corvos.

Pedi ajuda para construir um outro, mais belo, maior e melhor do que o anterior e só tarde compreendi que unicamente de nós depende a edificação do nosso Eu, castelo sem muros e feudo sem servos e sem exército, mas com um território imenso para desbravar e cultivar. Assim, estou a criar belos jardins para que o seu perfume e cenário me embriaguem de prazer, bosques sagrados que me protejam dando-me sombra e aconchego nos momentos de maior aflição e desalento, elevações para repousar e descansar o olhar no horizonte, para que nunca perca a consciência da minha insignificância, lagos de águas límpidas, profundas e tranquilas para me banhar e purificar e hortas repletas de plantas aromáticas, medicinais e alimentícias para cuidar do meu corpo, porque apesar de ser um caminho solitário e cheio de espinhos, uma vez escolhido não mais o queremos abandonar.

Viajei e descobri paixões por terras e gentes que querem crescer e afirmar-se, redescobrindo as suas raízes e legados e quis participar, pois o percurso deles é o meu e com eles aprendo e reconstruo-me!

Aprendi a viver um dia de cada vez, já que é o presente que constrói o futuro e a amar a vida em toda a sua plenitude, já que é o Amor que nos aporta a Sabedoria para que os nossos passos não sejam em vão.

Hoje conheço o meu caminho, que apesar de solitário é repleto de jóias únicas que adornam o meu coração e me fazem sorrir de vaidade e orgulho.

Por toda a parte diamantes em bruto esperam a vez de serem lapidados para que dia após dia o brilho no mundo seja maior e ofusque de uma vez por todas as trevas em que muitos continuam imersos.

É trabalho dos que escolhem a solidão por companheira mostrar através da sua postura que há vários tipos de casamento e que nenhum é mais fácil, difícil ou socialmente correcto do que outro, mas em caso algum uma companhia física impede que a evolução seja sempre um caminho pessoal e da nossa inteira e exclusiva responsabilidade.

Bem-hajam

Filipe Barros

A(O)s Escolha(o)s

Escolhi a vida,

Porque a vida me dá

A memória da memória

E eu quero tê-la!

Escolhi o Amor,

Porque o Amor é vida

E nasce e renasce

Em cada acto escondido

Que de tanto proibido

O julgamos apagado.

Escolhi Amar,

Porque Amar é acreditar

Que não estou só

Que me confundo no Sol

Porque nas sombras não estou.

Escolhi a alegria,

Porque estou e sou “Alegre”,

Porque estou atenta

“ao vento que passa”

Em cada praça portuguesa

Onde se cantam canções.

E hoje,

Numa praça sem ilusões

Vou sonhar

Que a alegria venceu

Que cada português é poeta

Do espírito português.

E vou sonhar

Que o teu olhar transparente

Em que as palavras se enlaçam

Com o vigor da poesia,

Quando os teus olhos me dizem

Luto porque acredito

Nos Homens

Luto porque sou português.

E no meio de tanta escassez

Não me esqueço

Que a fome não é só minha

E não quero mendigar,

Porque só mendiga

Quem nada tem

E eu tenho tudo

Mas continuo com fome

De amor e de justiça

E essa ânsia de pão

Só me aumenta a razão

Das batalhas dos cravos

E dos amores

Que não são perfeitos

Eu sei,

Mas são sinceros

E sentidos,

Como a poesia que faço

Como o grito que ela tem

E por isso,

Estou contigo amigo

E vou continuar a estar

Em cada gesto e palavra

Que seja para acordar

As memórias enfraquecidas

De um povo de brandos costumes

Assalariado às ordens

De regras não menstruais,

Que se cumprem

Não com a lua ou a maré

Mas apenas com a tristeza

De ninguém saber quem é.

E hoje digo e redigo

Que enquanto alguém cantar

A canção da alegria

Nesta pátria de Camões

Haverá sempre uma praça

Em que no silêncio

Da fome ou da fartura

Estará o som da canção

Da fortaleza de um povo

Com tradição e cultura.

Bem hajam

Filipa Barros

Adeus a um amor!

Porque me amas,

Dizes que podíamos ter sido o que nunca fomos!

Sofres com medo de sofrer

E porque me amas,

Procuras-me com o medo de morrer!

E eu estou lá,

Porque te amo!

Contigo tenho medo e me lamento,

Contigo vivo e morro e rio e choro,

Contigo amo e sonho e espero,

Contigo sei que um dia, talvez,

Nós sim,

Vivamos outra vez!

Há quantos anos a tristeza, a culpa e o horror se apossaram de ti?

Há quantos anos te permites sobreviver no limiar da fronteira?

Quando a tua filha partiu, esqueceste que tinhas direito à vida e com ela quiseste partir.

Insónias, depressões, tormentos que foste apaziguando, procurando conforto e solidariedade na desgraça alheia, comutando sentimentos e emoções, construindo uma paz frágil com os elementos que te derrotaram.

Os teus olhos, não mais pararam de chorar e no encalce de uma justificação, escolheste ajudar aqueles que a mesma dor sentiam.

Perder um filho é uma prova muito dura e se enfrentavas a tormenta e a culpa com coragem e de cara erguida, afundavas-te na saudade e no cepticismo de teorias que não te alimentavam, pois nenhuma te devolvia o calor e amor da relação tão abruptamente cortada.

E passaste a viver na procura do sentido, procurando relações que apenas podiam ser fugazes, porque comprometimento, para ti, apenas podia existir em função da perda e do amor para com ela.

Mas foste um herói, porque mesmo só e consciente que nada nem ninguém iria tomar o lugar daquela que tão dramaticamente desapareceu, procuravas diariamente a ilusão da vida, não descuravas o confronto em prol da justiça e com as tuas palavras de conforto, nunca permitias que alguém se sentisse menos importante na desgraça.

E o tempo foi passando!

Sofrias em silêncio a dor na alma e as do corpo, serviam-te de punição e de refúgio e talvez por isso, só as afastavas de um modo ilusório.

E tu sabias que o inevitável não tardaria, e queria-lo e desejava-lo mas uma dor física maior tinhas medo de não conseguir suportar.

No dia em que te conheci soube o que nos esperava, pois vi no teu olhar e semblante, o vazio da existência e a dor da revolta, o amor que te prendia à vida e à morte e percebi qual iria ser a minha parte em ambas e fiquei à espera que tu o compreendesses.

E esperei, esperei até que o disseste, mas aí era já tarde para ti, para mim e para a vida que devíamos ter vivido.

E hoje, apenas vou servir de amparo, de consolo a mais uma mágoa daquilo que não tiveste coragem de fazer.

Sentias-te um traidor e isso impediu-te de ser feliz, impediu-te de adiares a ida para junto daquela por quem o teu coração ansiava e enquanto negavas essa vontade, diariamente construías o seu caminho.

Quantos por este mundo agem rigorosamente da mesma maneira, indiferentes à possibilidade de serem felizes, carregando fardos pesadíssimos, apenas porque lhes falta a coragem de embarcarem na diferença , de abrirem a porta do Desejo – como diria o nosso amigo Paulo Coelho – preferindo continuar a navegar na casa do Medo, sem perceberem que o ponto de entrada na casa do Desejo seria o único momento de dor e mesmo essa, com bom sabor, porque nos iria transpor para uma vida de libertação , enquanto que, ao nos deixarmos ficar na casa do Medo, estaremos continuadamente agarrados às nossas frustrações, sonhando com a Vida, mas diariamente a construir a Morte.

Bem hajam

Filipa Barros

A Dama da Corte

Com a marca do destino cresce uma corte diferente,

Desprezada pelos fidalgos, quem tem olho faz-se rei.

Nas memórias está lembrada, não pela graça ou faculdade,

Mas pelas intempéries agrestes e pelas intrigas da grei.

E os servos proscritos, sempre com uma imensa saudade,

Atenuam toda a dor com a canção da liberdade!

Quem sabe … triste destino se esgote!

E um dia, novo Rei, de berços de ouro esquecidos,

Em medida imediata, ordene que se publiquem

Autos de Nobres Amores, finalmente consentidos.

E que no Inverno mais duro, o calor de uma fogueira,

Distribua as razões e acalente os corações

E que num grande terreiro, toda a corte se anime,

Para que dos Cavaleiros o triste desterro termine!

Em terras longínquas perdidas da corte, vivem nobres fidalgos na labuta do crescimento dos haveres, para que filhos, netos e restantes gerações não lhes esqueçam nem desprezem o glorioso nome e título dado por sua Alteza Real ou por sua Santidade o Papa, a maior parte dos quais obtidos através de generosas ofertas pecuniárias ou de serviços menos dignos, mas importantes para as causas do reino e da fé, que deixavam suas Altezas ou Santidades infinitamente gratos.

Porque com o correr dos tempos, ser-se fidalgo, deixou de ser apenas um título nobiliárquico e passou a estar conotado, principalmente, com instrução e habilidade política, corriam as gerações mais novas para as Universidades portuguesas ou estrangeiras e também os progenitores, para evitar um sentimento de solidão e degredo, fogem para as cidades, vivendo do estatuto e rendimento nessas filiais do poder central, deixando que a rentabilização dos bens fosse feita pelos quinteiros, humildes, respeitosos e imaculados servidores, só regressando de tempos a tempos ao lar familiar, para velar do bom sucesso das colheitas ou da manutenção correcta das casas, terras e restantes haveres.

A paz e o respeito pela hierarquia social pareciam ser prova de uma boa governação, pois o povo é e será sempre povo, incapaz de assumir chefias pois para tal não tem preparo e mesmo que, de algum nível académico se habilite, não tem berço que lhe dê a capacidade e o estatuto para se envolver nos meandros da política e do poder, nem para solucionar as urgências da populaça sem defraudar os cofres do estado, e assim, sem amor nem temor, mantém a nobreza a distância necessária da plebe, evitando a contaminação com a debilidade pacóvia.

E tranquilos de qualquer ameaça ao seu reinado, procuram os devaneios da mente e do corpo, exercitando os homens a intriga política e as mulheres a intriga social, enfeitando-se cada vez mais como meros fantoches e objectos decorativos. Tanta camuflagem não conseguiu dissimular as faltas de carácter e tanto título pomposo tornou-se apenas um jogo de oportunismos e dúbias intenções.

Mas no meio de tudo isto não há regra sem excepção e fica sempre alguém que detendo o poder, porque é nobre por nascimento, dele não faz proveito. Usa-o para elaborar processos evolutivos, para celebrar a glória da existência e para envolver cada vez mais gente na guerra do trabalho, da abolição de preconceitos e da igualdade de oportunidades. Quando a capacidade, virtudes e frontalidade se opõem à incapacidade, a admiração dá lugar ao rancor e à negação e quando a superioridade se efectiva surge o medo e a precisão de afrontamento. Assim, da certeza da inutilidade nasce a vontade do confronto e do linchamento público. Não sendo capazes de uma acção directa para que no combate leal vença o melhor, ficam à espera de algum rabo de palha do seu par que o proporcione e a única saída encontrada é através da trama anónima, desprovida de uma assinatura mas impregnada de cunho pessoal maléfico, traiçoeiro e bilioso, tal dama que sem rainha ser, se viciou na cama do rei.

Que esta forma de in-relação desapareça da face da Terra.

Que as invejas e os ódios resultantes de ambições e vaidades se esbatam até à transparência.

Que a podridão desapareça das mentes para que os corpos não apodreçam com esta velocidade, corroídos com a acidez das perversões.

Que os preconceitos se abalem.

Que percebam que as críticas e juízos são almejos resultantes da falta de coragem para realizar os desejos e os feitos por outros conseguidos.

Que a Humanidade compreenda que qualquer causa feita com Amor e devoção pode atingir os objectivos com maior eficácia e rapidez do que sendo feitas apenas em proveito próprio.

Que a fidalguia de hoje perceba que está a chegar ao fim o tempo das disputas pelo trono e pelos lugares dos favoritos, pois eles passarão a ser entregues à verdadeira nobreza, aquela cujos títulos estão escondidos nos recantos das mentes e cujos dotes provém do coração.

Bem hajam!

Filipa Barros

sexta-feira, março 31, 2006

Pretendo com este blog que todos os que gostem de escrever vejam o que "é seu" publicado...
Basta enviar para o meu email...

Fico a aguardar...

Beijos e Abraços

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